DESTAQUE
Economia Solidária na Bahia tem injeção de R$ 60 milhões em três anos

A chamada Economia Solidária teve injeção de quase R$ 60 milhões na Bahia, entre 2023 até final de abril de 2025, alavancando cerca de 1.900 empreendimentos na capital e interior, o que, na prática, gerou renda, por baixo, para 75 mil pessoas.
Os dados são da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e foram apresentados durante a abertura do Brasil Nordeste, 1° Festival de Economia Popular e Solidária, na quarta-feira, 07, no Centro de Convenções de Salvador (Boca do Rio). O ato contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, o secretário da Setre, Augusto Vasconcelos, entre outras autoridades.
Os números demonstram que a economia solidária ainda tem enorme potencial para crescer. A despeito disso, as ações desta política pública são pouco conhecidas e seguem uma lógica diferente da que predomina na economia nossa de cada dia.
“A economia solidária se pauta em princípios da sustentabilidade ambiental, do compromisso social, fortalecimento do trabalho decente, valorização das mulheres, inclusão da pessoa com deficiência, assegurando o que é possível gerar desenvolvimento sem deixar ninguém para trás”, explica o secretário da Setre, Augusto Vasconcelos.
Na prática, a política pública se materializa em empreendimentos econômicos solidários (EES), são formados por grupos ou mais de um produtor (geralmente cooperativas ou associações, mas também pessoas que se juntam); ações de finanças solidárias como microcrédito, bancos sociais e moedas sociais.
Uma oportunidade de ver e consumir produtos da economia solidária dos estados do Nordeste é a Feira de Economia Solidária, em um dia pavilhões onde acontece o evento, que conta com 500 expositores que comercializam alimentos, bebidas, vestuário, artesanato, entre outros produtos.
A feira funciona de quinta a sábado das 10h às 21h30, e domingo das 10h às 15h. Também estarão acontecendo painéis que tratam do tema, entre 10h e 17h. A programação pode ser conferida no site do evento (https://www.ecosolnordeste.com.br/home-opcao).
Pioneirismo – A Bahia foi o primeiro estado a apostar na economia solidária, sendo um exemplo para outros que querem investir no setor. No governo, a Superintendência de Economia Solidária e Cooperativismo (Sesol), no âmbito da Setre, toca o principal braço da política pública no estado, principalmente por meio dos 17 Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol) ativos. Outros seis estão prestes a ser ativados.
Os Cesols prestam assistência técnica para que os empreendimentos de economia solidária cresçam e ganhem autonomia. As ações têm dado certo e só nos Cesols foram investidos mais de R$ 38,8 milhões entre 2023 a 2025. Os produtos comercializados na feira e os empreendedores tornam mais palpável a compreensão de como se desempenha essa outra forma de fazer a economia girar.
O gestor da Secretaria Nacional de Economia Solidária e Cooperativismo (Senaes), Gilberto Carvalho, presente ao evento, disse que o Festival é um momento em que é possível visualizar o que a economia solidária materializa.
” É um momento em que a gente sai daqui com a certeza de que vale a pena continuar a nossa luta, que não é fácil, não é muito compreendida. Muitas vezes, nem os nossos governos compreendem a importância da economia solidária, achando que é coisa de pobrezinho, que quer continuar pobre. Eu sempre tenho dito não. Nós não queremos ficar pobre a vida inteira, não. Nós queremos crescer economicamente, só queremos crescer de uma outra lógica, de um outro jeito”, disse Carvalho.
Ascom Setre