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Cedae é leiloada por R$ 22,7 bi, em vitória dos governos federal e estadual
As vésperas do DIA DO TRABALHADOR o leilão da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro) na Bolsa de Valores, em São Paulo, concedeu à iniciativa privada a prestação do serviço de água e esgoto em regiões do estado por R$ 22,7 bilhões. O valor ficou 133% acima do mínimo esperado, em média, que era de R$ 10,6 bilhões. Com a concessão, após mais de cinco anos de briga, parte do fornecimento de água do estado estará nas mãos de dois consórcios por 35 anos.
Os contratos envolvem investimentos de cerca de R$ 30 bilhões. O objetivo, além da distribuição de água, é obter a universalização da coleta e tratamento de esgoto para cerca de 13 milhões de pessoas.
A privatização acontece em meio a uma briga de liminares. Por ora, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o governador interino do Rio, Claudio Castro (PSC), saem fortalecidos na disputa política.
Considerado o maior projeto de infraestrutura do país, o leilão da Cedae era de interesse pessoal de Guedes, que considera a privatização da companhia como o primeiro passo de outras concessões que ele deseja fazer. Por isso, o leilão contou com a presença do presidente Bolsonaro e do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos
Apesar de ser uma vitória política do governo federal e do Rio de Janeiro, a oposição e grupos contra a privatização ainda tentam barrar o processo. A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votou ontem um projeto de lei que impediria o leilão de hoje, mas um decreto de Castro e uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) garantiu o leilão. Os parlamentares estão recorrendo na Justiça.
Após o leilão, Guedes comemorou:
“Um ágio de mais de 100% na outorga, assumindo a responsabilidade de fazer mais de R$ 30 bilhões de investimento ao longo dos próximos anos. São mais de R$ 50 bilhões que são colocados nesses compromissos sociais”, disse
Um precedente para as inúmeras possíveis privatizações que o governo atual busca concretizar em todo país, inclusive uma forte ameaça para todo setor de agua e saneamento básico. Sem precedente, essa é mais uma das articulações politicas que fazem do governo Bolsonaro um desgoverno para o país.
Base de fonte: UOL