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Decisões econômicas e sociais do G20 têm que atender à classe trabalhadora
Na abertura do L20, em Fortaleza, Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT, afirmou que o evento é ‘fundamental para estabelecer um posicionamento dos trabalhadores nas decisões econômicas e sociais no mundo
Teve início na manhã desta terça-feira (23), em Fortaleza (CE), o encontro do L20 (Labour20), grupo de engajamento que trata das pautas da classe trabalhadora e que faz parte do G20 Social. Na abertura, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, reforçou que as decisões econômicas e sociais do mundo tem de atender aos interesses dos trabalhadores. Ao falar da importância do L20, ele citou que o grupo é fundamental para se estabelecer um posicionamento dos trabalhadores nas decisões econômicas e sociais no mundo, que contemplem a classe trabalhadora
Em sua mensagem, Sérgio Nobre comemorou a participação dos trabalhadores no G20 Social, exaltando a participação de lideranças como presidentes das demais centrais sindicais brasileiras, de delegações de entidades internacionais que representam os trabalhadores, além do ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Luiz Marinho.
“Estou muito feliz em participar da abertura desse evento tão simbólico, importante e tão prestigiado. É fundamental esse encontro porque hoje, infelizmente, os organismos multilaterais como a ONU, por exemplo, estão muito fragilizados, muito desacreditados e nesse ambiente, o G20 assume um papel ainda muito mais relevante”, disse o presidente nacional da CUT.
Sérgio afirmou ainda que tem a “clareza de que o G20 precisa ter a participação muito forte do movimento sindical e a pauta social precisa estar presente”.
“O L20 é fundamental para a gente reafirmar o compromisso com a paz e pelo fim das guerras no planeta, pela preservação do meio ambiente e a sobrevivência do nosso planeta, os direitos sociais e os direitos trabalhistas e, principalmente a defesa da democracia”, destacou Sérgio Nobre.
“Sem a democracia, não estaríamos aqui”, pontuou o dirigente.
Entenda o que é G 20, G20 Social e L20
Democracia
Em sua mensagem de abertura, Sério Nobre também fez uma breve contextualização do momento atual brasileiro, falando sobre a luta pela democracia que teve na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, seu momento principal.
“Estamos felizes de receber o L20 em clima de democracia. Todos sabem o quanto foi difícil enfrentamos as eleições de 2022 contra a extrema direita – foi a mais dura de nossa história e a gente venceu por muito pouco. E elegemos Lula pela terceira vez. Mas a vitória que tivemos em 2022 não significa que a democracia está consolidada porque a extrema direita venceu em estados importantes e fez maioria no Congresso Nacional. Será um desafio a reconstrução no país”, disse o presidente nacional da CUT.
Ele ainda relembrou que nos sete anos em que a extrema direita esteve no poder, houve uma destruição do Estado, em sua estrutura e uma destruição também de direitos sociais e trabalhistas, bem como uma tentativa de destruir o movimento sindical.
Já o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, defendeu durante a mesa que debateu o papel do L20 no G20, a importância de usar a influência da Cúpula para pautar as crises que envolvem os trabalhadores em todo o mundo, não somente os que vivem nos países que compõem o G20.
“Temos que olhar para os trabalhadores que atuam nos países que não estão no G20. Eles são os mais sofrem com os impactos das políticas e decisões do G20. Essas crises que estamos discutindo aqui atingem muito mais esses países. Portanto, precisamos avançar com a nossa agenda, com as nossas pautas, com um olhar para o mundo todo”, ressaltou Lisboa.
Ministro do Trabalho
Um dia antes do início das atividades, as entidades que compõem o L20 entregaram aos ministros de Estado e presidentes de bancos centrais dos países de que compõem o grupo, um documento com diretrizes que norteiam as pautas da classe trabalhadora.
Entre elas, promover empregos decentes com direitos e salários dignos, e abordar a informalidade; avançar para a proteção social universal; e assegurar uma transição justa, negociada com os parceiros sociais.
Para o ministro Luiz Marinho, os temas indicados “são uma síntese poderosa das preocupações e aspirações de trabalhadores em todo o mundo”. Na avaliação de Marinho, atualmente, no Brasil, no novo mandato do presidente Lula, foi possível estabelecer uma nova política de valorização do salário-mínimo; aprovar a legislação de igualdade salarial entre homens e mulheres, que teve recentemente seu primeiro relatório de transparência publicado; e o envio do projeto de lei, ao Congresso, que garantirá direitos, proteção previdenciária e condições seguras de trabalho para quem trabalha via plataformas digitais.
“Fizemos tudo isso, ao contrário do que previam os ditos especialistas, como a criação de novos empregos. Houve aumento do emprego formal no Brasil”, disse Marinho. Para ele, como um governo voltado às pessoas, especialmente àquelas que mais precisam, tem o dever e a responsabilidade de lutar por um futuro melhor para todos.
“Precisamos nos unir, fortalecer e escutar todas as vozes e defender os direitos de todos com determinação e coragem”, disse. Marinho avalia que somente assim será possível construir uma sociedade mais justa, sustentável e inclusiva para as gerações presentes e futuras”, pontuou o ministro.
Documento
A entrega do documento (veja aqui a íntegra em português) com as diretrizes definidas como prioridades para a classe trabalhadora nas discussões do G20, ocorreu nesta segunda-feira (22), em encontro que antecedeu o início das atividades do L20. O documento ainda pleiteia recursos financeiros a serem destinados a ações sociais nos países, nos mais diversos segmentos, entre eles a representação dos trabalhadores.
Representante da CUT no encontro em questão, o secretário-adjunto de Comunicação da Central, Tadeu Porto, que representou a Central no encontro em o documento foi entregue, afirmou que o documento traz diretrizes claras sobre as metas a serem atingidas, em defesa dos trabalhadores, a serem incluídas no documento-proposta a ser entregue aos líderes mundiais do grupo, na Cúpula do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.
É uma proposta clara de promover empregos justos e diminuir a informalidade, de promover uma proteção social universal para trabalhadoras e trabalhadores e que a economia entre em um modo de transição energética justa, que inclua os trabalhadores e toda a sociedade no diálogo.
Fonte:cut.org.br