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CIDADES

QUEM AMA NÃO TORTURA!

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Até mesmo na data, o golpe de 1964 recorreu à deturpação da realidade. Em verdade, devido à precipitação de um dos líderes da insubordinação militar; o início daquela ruptura institucional ocorreu no dia primeiro de abril, como se sabe, conhecido como Dia da Mentira. *Acontece que*, para evitar a associação imediata com tamanha “coincidência”, falsificaram a história, exaltando o dia 31 de março como a data da autodenominada “Revolução”, mas que não passou de um ato de indisciplina militar, incentivado pelo governo norte-americano, por intermédio de seus “correligionários” locais, inconformados, em suma, com as Reformas de Base proposta por João Goulart e, sobretudo, temerosos pelo provável retorno de Juscelino Kubistchek ao Palácio do Planalto na eleição que deveria se realizar no ano seguinte, mas que, como se sabe, só veio a ocorrer um quarto de século depois.

 

*Acontece que*, durante o denominado “regime militar”, houve o recrudescimento de uma antiga e odiosa prática recorrente no Brasil: a tortura. Essa chaga que nos acompanha desde sempre, era muito comum no tempo da escravização dos afrodescendentes. À época, já era uma afronta ao mais comezinho senso humanitário, porém os cristãos de então, em grande parte, vergonhosamente, não enxergavam as pessoas negras como seres humanos. Essa objetificação, que torna os maus tratos “aceitáveis”, alcançou outros patamares, ao longo da história.

Muitos insurretos que se rebelaram contra o regime colonial ou imperial no Brasil, como os participantes da Revolta dos Malês, da Cabanada, da Sabinada, da Confederação do Equador e tantas outras, foram torturados e vários deles executados. Àqueles que lutaram contra o golpe de 64, o tratamento dispensado não foi outro. Taxados como inimigos públicos, igualmente, diversos foram covardemente flagelados e assassinados. Novamente, muitos “cristãos”  omitiram-se, ou até mesmo apoiaram as atrocidades, olvidando que o próprio Jesus sofreu suplícios terríveis.

*Acontece que* até hoje a tortura ainda é largamente praticada, especialmente por “maus” policiais que desonram a nobre missão de promover a segurança pública e a paz social.

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Como se já não fora bastante, no fatídico ano de 2018, embora o pleito tenha sido viciado, com o afastamento do candidato favorito por uma armação jurídica, foi eleito Presidente da República um indivíduo que teve a indecência de se dizer favorável à tortura e ainda exaltar torturadores. Lamentavelmente, mais uma vez, vários “cristãos”, por ação ou omissão, compactuaram com essa verdadeira obscenidade.

*Acontece que* essa postura não é condizente com os ensinamentos de Cristo. Conforme nos ensinam as Sagradas Escrituras, mais precisamente o Capítulo 22 do Livro de Mateus, versículos 34 a 40:

_“E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar._
_E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:_
_Mestre, qual é o grande mandamento na lei?_
_E Jesus disse-lhe:_ *_Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento._*
_Este é o primeiro e grande mandamento._
_E o segundo, semelhante a este, é: *Amarás o teu próximo como a ti mesmo*._
_Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”._

*Quem ama não tortura e nem a tolera!*

Portanto, um verdadeiro Cristão, digno de ser reconhecido como tal, deve se arrepender acaso tenha compactuado com a violência contra o próximo ou mesmo a apologia dessa reprovável conduta, pois em nós deve haver o “mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5).

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Hoje, Sexta-Feira Santa, quando recordamos a Paixão de Cristo, ocasião em que ele foi barbaramente torturado e morreu por nós, entretanto ressuscitou para a nossa salvação, revela-se momento mais do que oportuno para essa reconciliação com Deus… (II Cor 5:20)

Coordenação do Núcleo de Evangélicas e Evangélicos do PT Bahia – NEPT/BA.