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Governo do Estado amplia estratégias de combate à fome com investimentos na produção de alimentos da agricultura familiar
O objetivo do projeto é promover a segurança alimentar, nutricional e hídrica para as famílias
O governador Jerônimo Rodrigues assinou, nesta quarta-feira (14), os contratos do edital “Ater Bahia Sem Fome”, ampliando a cobertura dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no interior do estado. O ato ocorreu no Centro de Operações e Inteligência (COI), no Centro Administrativo, em Salvador.
“Se nós não tivéssemos pessoas passando fome, nós estaríamos fazendo política de água, de coleta e armazenamento. Mas a gente junta as coisas. Então, assistência técnica e água colado com agenda de combate a fome. É o Brasil sem fome, é a Bahia sem fome”, explicou o governador, destacando o valor de aproximadamente R$ 300 milhões que será investido nas ações de segurança alimentar e hídrica.
“Iniciaremos agora em setembro, com o projeto Ater Bahia Sem Fome, que é uma grande iniciativa. Estaremos colaborando e fortalecendo a agricultura familiar da Bahia, disse Emanuelle Marques, coordenadora da Cooperativa de Assistência Técnica (Cootraf), localizada em Caetité, uma das instituições que vai prestar o serviço.
Os contratos assinados com as 22 entidades executoras do “Ater Bahia Sem Fome” vão beneficiar 20.510 famílias agricultoras e Povos e Comunidades Tradicionais. O investimento é da ordem de R$ 225,6 milhões. O objetivo desta política pública é promover a segurança alimentar, nutricional e hídrica dessas famílias em situação de extrema pobreza, com oferta de alimentos em quantidade e qualidade que atendam as necessidades dos cidadãos. O foco da estratégia é centrado na produção de alimentos saudáveis e no combate à fome nas unidades produtivas familiares nos territórios. Com essa etapa, o total de investimentos chega a R$ 507,3 milhões, alcançando 58.670 famílias do rural baiano.
“Esse dia é o dia para produzir alimento com a assistência técnica, nós estamos falando de alimento limpo, numa estratégia para garantir que as pessoas tenham comida na mesa, tenham comida no prato. Esse investimento tem a ver com isso. Aquele que produz também vai se alimentar e também vai poder vender o seu excedente”, pontuou o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso.
De acordo com o coordenador do programa Bahia Sem Fome, Thiago Pereira, as ações de combate à fome também passam pela geração de renda para as famílias. “Tem um diferencial nessa chamada pública, é que dos R$ 230 milhões para a Ater, 35% serão investidos em atividades produtivas. Ou seja, as famílias vão ter a condição de ter recursos para investir em galinhas, em hortas, em produção de suínos, em produção de caprinos, para que possam melhorar a sua alimentação e também gerar trabalho e renda”. Thiago lembra que o trabalho de combate à fome tem um investimento de R$1,5 bilhão destinado para assistência técnica, transferência de renda e assistência alimentar.
A execução das ações será feita pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BahiAter) em parceria com a Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrária (Sutrag), órgãos vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Rural. Com essa ampliação, cerca de 145 mil famílias serão assistidas diretamente pelo governo do estado com ações de Ater.
O superintendente da BahiAter, Lanns Almeida, explica como será desenvolvido o trabalho. “A gente não tem só o recurso para o técnico, pagar o técnico para ir, com todo o custeio, não. A gente vai fazer investimentos, desde a análise de solo, inseminação artificial, produção de alimentos, quintais. Um projeto que nos trouxe um desafio muito bom que é ir atrás, fazer esse processo de busca ativo naquele agricultor, naquela agricultura”. Segundo Lanns, as atividades estão previstas para começar a partir desta sexta-feira (16).
Foram firmados outros 15 contratos com entidades da sociedade civil para a implementação de tecnologias de captação e armazenamento de água. Com isso, 45 municípios serão contemplados com a implementação de 2.847 tecnologias sociais para captação e armazenamento de água para produção de alimentos e dessedentação animal. O aporte financeiro nesta iniciativa é de R$ 50 milhões. Através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) serão construídos 1.125 cisternas calçadão e 1.722 barreiros trincheira, para atender a demanda hídrica das comunidades rurais de diversos municípios da Bahia.
Os serviços desempenhados pelos técnicos de Ater serão reforçados a partir da entrega simbólica de 14 veículos, de diversos modelos. Com estes novos automóveis, poderão ser atendidos mais agricultores e áreas mais distantes. Eles fazem parte do pacote de 28 veículos que serão distribuídos para as unidades.
Repórter: Anderson Oliveira/GOVBA